Hegel, a opinião e o saber dialético
Hegel, a opinião e o saber dialético
Esquema Aula 2
Texto base:
Bavaresco, Agemir, Fenomenologia da opinião pública, a teoria hegeliana, São Paulo, Edições Loyola, 2003
Sistema filosófico de Hegel
Sistema idealista baseado em universais – conceitos puros = razão
Tese antítese síntese
Afirmação negação negação da negação
Ser em seu devir
Síntese = cessa a contradição mas não a anula, pois continua a prosperar como na nova tese
Natureza idéia espírito
Espírito (síntese entre natureza e idéia) se subdivide em:
Espírito Subjetivo (ser em si) ---- desejo, emoção, percepção, inteligência, memória
Tese
Espírito Objetivo : moral, direito, história, política, todas as instituições humanas, Estado
Antítese
Espírito Absoluto: ES conciliado com EO; sujeito objetivado, objeto subjetivado (concordância)
Nesta passagem há um ganho crescente em liberdade
História da constituição do público e da opinião pública se sucedem pois as civilizações correspondem ao espírito absoluto em seu devir.
Experiência individual e experiência histórica seguem estas fases
Hegel associa o desenvolvimento da esfera pública historicamente com o processo de desenvolvimento do espírito absoluto em sua busca pela liberdade.
1- faraós eram livre
2- oligarquias eram livres
3- o povo em busca da liberdade.
Público privado
Espaço da liberdade Espaço da necessidade
cidade Rua
praça Família
cidadão nascimento
comum morte
visibilidade obscuridade
ágora
senhor feudal (público/privado)
cortesão
gentle man
Homem honesto
O pensamento de Hegel tem como parâmetros a experiência
Grega – espírito subjetivo (vida ética imediata)
Romana – espírito objetivo (sistema jurídico)
Burguesa (França) –- estágio superior (conciliação público/privado
Objetivação da esfera pública burguesa
Esfera pública literária - construção de um público crítico que produzia sua opinião
por meio do debate – esfera não propriamente burguesa, mas é uma continuidade e um deslocamento do sistema anterior
Arte
Literatura
Mecenas (igreja/nobreza)- mercado
Salões / cafés
Sociedade secretas (Alemanha)
Jornais – semanários morais
Esfera pública política- Evolução da esfera pública literária que passa a debater os temas próprios da política
Diálogo com Kant e contra Kant
1- Princípio da publicidade
Para Kant as pessoas privadas usavam publicamente sua razão contra o poder absolutista e concebe a opinião pública como a vontade de racionalizar a política em nome da moral e emancipar a humanidade do seu estado de menoridade
Todo homem é chamado a ser um publicista
Kant defende que o consenso público é a medida da verdade – a crença submetida à razão do outro se considerada válida.
Pensa como os liberais: a sociedade civil como esfera de opinião
Hegel
O público não é simplesmente a soma das noções privadas
A opinião pública acontece numa esfera em que o homem é alienado de sua subjetividade por meio da cultura
A sociedade civil de Hegel envolve também as relações econômicas, as relações de dominação, as diferentes oportunidade de acesso à opinião
Hegel identifica conflitos na sociedade civil, no sistema de troca, no nascimento do capitalismo.
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Fenomenologia da opinião pública
Opinião pública é uma contradição imediata entre o sujeito que opina e o mundo já dado antes dele. A certeza sensível da existência do público como um objeto externo sobrepuja a consciência individual.
Espírito público= ética, a cultura e a moral
Processo de percepção
1- Consciência – a que sabe de sua existência e experimenta o que existe fora
Consciência sensível – enquadra o objeto exterior no tempo e no espaço
2- compreensão do eu imediato
3- Certeza sensível – organiza a totalidade eu-objeto.
Há uma percepção contraditória da coisa pública
Pois a percepção transforma o que a consciência sensível indicou em coisa, entendida esta como elemento composto de contradições.
A consciência sensível sabe que existe a categoria da opinião apenas, enquanto que a percepção apreende como ela se organiza, quais os elementos que a configuram( os intelectuais, os cafés, os salões, etc)
Na experiência da consciência sensível o ato de opinar balança sempre de um lado para outro entre sujeito e objeto/ privado/público
O processo da autoconsciência = Eu =Eu
- concebe o objeto como seu. Interioriza o mundo e é absorvido por ele.
Autoconsciência desejante:
Desejo=tendência para o objeto
Incompletude do sujeito
Reconhecimento:
Eu + Eu
Processo de combate pois a autoconsciência deve ao mesmo tempo sublimar sua imediação e reconhecer o outro
Para que essa operação ocorra é necessário que se realize a liberdade, ou seja a identidade de si com o outro.
Eu sou livre quando o outro também é livre.
Metáfora do senhor e do escravo;
O combate deste reconhecimento é o fenômeno do surgimento da vida em comum dos homens, ou seja da vida pública. E o começo dos estados.
Nesta relação escravo senhor, o escravo é que alcança o estado de liberdade, ao renunciar ao estado natural para entregar à vontade do senhor
Renuncia ao reconhecimento público para optar pela vida.
Eleva-se acima de sua singularidade privada.
Na formação de cada um há um momento necessário que a sublimação da vontade privada., a negação do egoísmo através do hábito à obediência ao interesses públicos.
Liberdade pública.
Privado público
Diferenças Entre o espaço público e o privado caracterizam a transição para a era moderna envolvendo uma série de interesses econômicos, políticos, sociais
Privado
público
Relações entre indivíduos
Autoridade e coação
Livre iniciativa individual
Direção e gestão da coletividade
Monopólio público da força contribuiu para a eliminação dela nas relações privadas (sociais) e o reconhecimento de uma zona de autonomia dos indivíduos.
Passar do privado para o público exige o cumprimento de rituais de investidura
Oposições dialéticas
Interpenetração dos sistemas de valores, dispositivos das leis e interesses.
Da confrontação de todos os interesses privados sai o interesse público.
A esfera pública burguesa desenvolveu-se no interior das tensões que opunham Estado e sociedade e ao longo desta evolução permaneceu parte integrante do domínio privado.
Privado no período feudal – mantinha reunidos o processo de reprodução social e o poder político
Formação dos estados nacionais (ex. Itália) concentra o pode público acima da sociedade e esta se torna um domínio do privado.
A partir do século XIX – intervenção estatal provoca a interpenetração do domínio público no privado. (conflito de interesses traduzidos em conflitos políticos).
Esfera social – pertencem a ela as associações os partidos políticos, hoje outros – setores da sociedade civil que assumem o papel do estado e vice-versa
Essa relação dialética mostra a fluidez das relações sociais e políticas onde se joga toda a construção da opinião pública.
Isso permite concluir que a opinião pública não é uma realidade dada /adquirida, mas um fenômeno continuamente redefinido ao longo da evolução social, política e comunicativa.
autoconsciência pública
saber-se reconhecido livre pelo outro.
O sujeito torna-se público quando sabe que a objetividade que se lhe opõe é igual à sua subjetividade
Autoconsciência então aparece sob a forma de substâncias espirituais como a família, a pátria e o estado. Sob a forma de substâncias espirituais aparecem também as virtudes do amor, da amizade, da honra, da bravura, da glória.
Estes sentimentos se assentam numa unidade “especulativa” entre um e outro, ambos se reconhecendo como participantes do público, portadores da mesma essência.
Autoconsciência é individual e pública. E a consciência da existência desta unidade leva a se forjar uma universalidade.
Razão pública/ espírito público
A razão pública se consubstancia na vida ética
A razão pública é a unidade entre a subjetividade do conceito e a objetividade ética
Consciência individual (certeza dela mesma e de seu mundo público como ato de opinar) + autoconsciência ( certeza que se torna verdade no afrontamento público privado) = razão
Razão= certeza e verdade da autoconsciência sublimadas
Ação individual tornada pública
Indivíduo (totalidade que integra o movimento universal dos seus dons com sua ação individual) se vê integrado e inserido numa grande rede pública.
Operação dialética: 1 consciência imediata pública x autoconsciência imediata em contradição com autoconsciência pública = consciência tornando razão universal pública.
Esta consciência faz a experiência objetiva
Privado público
Grécia
Público
Lei humana / mundo político
Povo, hábitos da cidade, governo, homem, guerra
Lei divina/ mundo privado
Família, culto aos mortos e mulher
Opinião é reservada ao homem que participa da esfera pública – eles está diluído na substância ética ou na cidade
Leia também "Para ler Hegel" (Nóbrega) no link: http://www.odialetico.hpg.ig.com.br/filosofia/hegel.htm
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